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Uma Visão Correta de Nós Mesmos

Uma das coisas mais difíceis de fazermos é uma avaliação correta de nós mesmos, não é mesmo? É o que chamamos de “autoimagem”. Neste texto de Rm 12.3, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, Aquele que “sonda mentes e corações” (Rm 8.27 e Ap 2.3), diz que: “Porque,pela graça que me foi dada, digo a cada um de dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um”.

É importante vermos os versos que antecedem a esse, os v.1,2 nos quais Paulo fala sobre a constante renovação da nossa mente por meio de uma vida consagrada a Deus. E agora, no v.3, com essa renovação processada em nossa mente, devemos olhar para nós mesmos, e, guiados pelos efeitos maravilhosos da Graça de Deus em nossa mente, termos uma visão correta sobre nós.

Ele usa dois verbos relacionados à autoimagem que são muito importantes para entendermos o que ele está ensinando: hiperfronéo (pensar além do que convém) e sofronéo (pensar com moderação). O primeiro verbo aponta para uma avaliação de mim mesmo carregada de arrogância e soberba, que me faz ver em mim mais do que realmente sou. O segundo verbo aponta para uma visão correta de mim mesmo na qual, com uma mente sóbria, razoável e sensível, consigo me ver como realmente sou guardando as devidas proporções não indo além das fronteiras estabelecidas (cf. RIENECKER E ROGERS,1988, p.276).

Uma pessoa que se encontra deprimida, frustrada e desanimada com o que vê em si mesma busca ajuda da psicologia moderna, e houve daquele profissional que ela deve parar com esses “sentimentos negativos” e começar a nutrir “pensamentos positivos e bons” acerca de si mesma.

Mas, convenhamos, sem o auxílio e orientação da Palavra de Deus podemos ter uma visão correta de nós mesmos? Com certeza não. Tendo como parâmetro somente o nosso ego inflamado, facilmente cairemos no erro de valorizarmo-nos ao extremo quando na verdade nosso ego não tem a mínima condição de avaliar-nos corretamente. É por isso que precisamos ter uma autoimagem bíblica para nos vermos como realmente somos, para isso precisamos conhecer a Deus.

Não precisamos de autoestima, na qual com facilidade estimaremos o que deve ser detestado. Não precisamos estimular o que há de ruim em nós (é isso que a autoestima faz); precisamos de ajuda para vermos como realmente somos, e para isso somente a Palavra de Deus tem os recursos necessários. Sem Ela corremos o risco de valorizarmos o que é desprezível, ou de desvalorizarmos o que Deus tem feito em nós.

A vida cristã é um constante caminhar na humildade e com humildade. O homem mais cheio do Espírito Santo em toda a História foi João Batista, e veja o que ele disse de si mesmo e de Jesus: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). Essa mensagem não soa bem aos ouvidos das pessoas em nossos dias justamente porque a ênfase dada hoje em “ser o primeiro”, “o melhor”, faz com que olhemos mutuamente e nos vejamos como concorrentes, e o que é pior, nos faz olhar para Deus e ver que Ele tem a obrigação de nos dar o que queremos porque damos um duro tremendo nessa vida.

Outro exemplo bíblico que temos que nos mostra que a vida cristã é um caminhar na e com humildade é o próprio apóstolo Paulo. Perceba os “degraus da humildade” na vida dele.

No começo de seu ministério, quando foi questionado sobre sua autoridade apostólica pelos coríntios, ele afirmou que era apóstolo (1Co 9.1,2). Um pouco mais à frente, em 1Co 15.8,9 ele se vê como um apóstolo “nascido fora de tempo…” e como “o menor dos apóstolos”. Mas ele não para de descer essa “escada”. Falando para o jovem pastor Timóteo em 1Tm 1.12-17, ele se autodescreve como “o principal dos pecadores” (v.15 e 16). Ele começou afirmando sua autoridade apostólica como os demais apóstolos, depois passou a se ver como o menor dos apóstolos e, por fim, se viu como o principal dos pecadores.

Observe novamente o v.15: “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”. Aqui temos um exemplo claro de alguém que teve uma autoimagem bíblica de si mesmo. Se Paulo apenas tivesse se visto como o principal dos pecadores ele cairia num desespero terrível. Contudo, é o que vem antes que dá não só sentido ao que ele via de si mesmo como trouxe a mais linda e vívida esperança ao seu coração, a saber, “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores…”.

Os pecadores são o alvo do amor de Deus, e eles são salvos não por serem bons ou merecedores, mas, por serem carentes da misericórdia de Deus. E saber que Deus me amou a ponto de enviar Seu Santo Filho para morrer em meu lugar (Jo 3.16) é que me faz ver quem realmente sou.

Aliás, Paulo sempre apontou para a Graça e para a vontade de Deus para mostrar quem realmente ele era. Veja: Rm 12.3; 1Co 1.1; 2Co 1.1; Gl 1.1; Ef 1.1; Cl 1.1; 1Tm 1.1; 2Tm 1.1 e Tt1.1.

Aplicações Práticas

Diante de tudo o que foi exposto, extraímos as seguintes aplicações práticas para nossa vida:

1) Somente através da Bíblia podemos nos conhecer de verdade

A Bíblia não alimenta o nosso ego inflamado. Antes, ela nos coloca no nosso devido lugar, ela nos mostra o quão pecadores nós somos, mas, também o quanto é possível Deus nos amar. Não é nos autoestimando que seremos pessoas melhores. É somente quando vemos o amor de Deus por nós, revelado em Cristo, que nos daremos conta do nosso valor.

Como disse Thomas Watson, o grande pastor puritano: “Enquanto o pecado não for amargo, Cristo não será doce”. Com isso ele nos mostra que enquanto não vermos a miserabilidade do nosso pecado, o completo não merecimento da Graça de Deus, não daremos o devido valor a Cristo e ao Seu sacrifício. Mas, isso você e eu não ouviremos em nenhum consultório de Psicologia ou da boca de algum humanista apaixonado por si mesmo!

2) Nossa imagem deve ser moldada à Imagem de Cristo

Em Rm 8.28,29 vemos que todas as coisas (agradáveis ou desagradáveis) contribuem para o nosso bem o qual está relacionado com o propósito de Deus para a nossa vida. Este propósito de Deus é o de sermos conformados à imagem de Jesus Cristo, o que quer dizer: termos o nosso caráter moldado conforme o caráter de Jesus. É importante destacarmos que essa conformação ao caráter de Jesus não está focada na mudança de comportamento, mas, sim, na mudança do coração. Essa é a imagem que Deus quer que vejamos em nós.

Sempre que nos autoavaliarmos devemos nos perguntar: “Meus pensamentos, palavras e ações estão expressando os pensamentos, as palavras e as ações de Jesus?”.

3) A autoimagem bíblica me conduz à autonegação e depois à exaltação de Cristo

“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23).

Negar-se a si mesmo implica em não dedicar seus esforços para agradar a si mesmo. O alvo é Cristo. É Ele quem se assenta no trono do seu coração.

A cruz que deve ser tomada dia a dia, nos remete à mortificação dos nossos hábitos pecaminosos, o “velho homem” (Ef 4.23-24). Cruz é instrumento de morte.Somente depois disso é que estaremos realmente seguindo a Cristo.

Concluindo

Não perca tempo com bobagens como as que são propagadas pelas mensagens de autoestima e autoajuda. Não se deixe levar por uma Psicologia que é antes de tudo um brado de rebeldia contra Deus, que busca romper com todos os princípios bíblicos por considerarem-nos ultrapassados e opressivos.

É na Palavra de Deus que você verá quem realmente você é, e o quanto esse Deus de amor pode amá-lo mesmo assim.

Olivar Alves Pereira

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